padrão ouro
Sistema monetário no qual o valor da moeda é definido em termos de uma quantidade determinada e um preço fixo para o ouro.
enfin: A moeda-papel é lastreada em ouro, sendo livremente conversível em ouro, e tanto o metal como a cédula podem circular como dinheiro.
O padrão ouro foi praticado em escala internacional entre a segunda metade do século XIX e o início da I Guerra Mundial. Como consequência, a taxa cambial tornou-se inflexível, e por isso deixou de espelhar corretamente os fundamentos da economia de diferentes países.
O dólar era cotado ao equivalente a US$ 20,67 por onça troy de ouro. Na Inglaterra, a onça foi cotada a 3-17-9 libras durante a maior parte do século XIX.
Os departamentos do Tesouro dos países não podiam produzir mais dinheiro em cédulas e moedas além de seus estoques em ouro. O ouro era um metal escasso. Apesar de significativamente reforçados com o ouro vindo do Brasil, os estoques internacionais de meados do século XIX não ultrapassavam as 5 mil toneladas, ou o equivalente à carga de 200 caminhões.
Países que importavam muita mercadoria tinham que transferir ouro aos exportadores para pagar as compras realizadas. Isso reduzia o meio circulante, gerando depressão no comércio. Produtos mais baratos, desenvolvidos com novas técnicas, foram oferecidos ao consumo a fim de economizar ouro.
A confiança no dinheiro estável chegou ao ponto de, em 1885, a West Shore Railroad emitir obrigações, a 4% de juro anual, com vencimento para 2361, já que a companhia tinha uma concessão de exploração ferroviária no leste dos Estados Unidos por 475 anos.
Neste período, mais de 13 mil toneladas de moedas de ouro representavam dinheiro em circulação ou em depósito nos principais países. Esta estrutura desabou por ocasião da I Guerra Mundial, quando os países em conflito desvincularam suas moedas do ouro, e emitiram dinheiro sem lastro metálico para pagar soldados, equipamento e outros custos da guerra.
A Inglaterra retornou ao padrão ouro em 1925, e esta situação perdurou até que ele foi extinto em 21 de setembro de 1931, quando o Parlamento britânico votou a supressão da conversibilidade. Isso se deu em função da queda brusca das reservas internacionais inglesas, quando mais de 200 milhões de libras-ouro foram sacadas por investidores estrangeiros, deixando o Tesouro com reservas de apenas 130 milhões de libras.
Os bancos centrais europeus tentaram manter-se dentro do padrão até o fim dos anos 1920, mas fracassaram nesse iniciativa.
Em 1944, nos termos dos Acordos de Bretton Woods, o padrão libra-ouro (1870 - 1914) deu lugar ao padrão dólar-ouro .
Em 15 de agosto de 1971, pressionados especialmente pelo governo francês do general Charles De Gaule - que pretendia apresentar os dólares em poder da França ao Tesouro norte-americano, para trocá-los por ouro de Fort Knox - os Estados Unidos (no governo Richard Nixon) suspenderam a conversibilidade do dólar, e deixaram o preço do ouro flutuar.
A partir daí, o preço internacional do ouro subiu sem parar até janeiro de 1980, quando atingiu o preço de US$ 820,00 por onça troy.